sexta-feira, 6 de maio de 2011

Várias Partes – O garoto e seu sonho

O garoto tinha sonhos, alguns belos e outros... Nem tanto.
Vivia a pensar em como realiza - los.


Loterias, apostar na sorte, ter fé, isso não eram opções para ele.
Ele simplesmente resolveu esperar que seus sonhos chegassem. Ele se acomodou.
Até que ela apareceu...
Ha ela... Tão linda, tão simpática, tão radiante, tão meiga, tão... ELA.
Em um momento ele estava tão acomodado em seu esperar, já em outro momento, tão rápido quanto o primeiro ela aparece e ele percebe que seu mundo começa a girar.
Seu mundo dava voltas e voltas e ele começava a escutar duas vozes que o fizera ter vontade de correr atrás de seus sonhos, DESSE sonho. A primeira dizia: - Levante, corra, procure, saia, volte, pule, vá outra vez, não perca tempo, não pense, use seus instintos, se perca no tempo, simplesmente PARE... Relaxe.
Já a segunda, totalmente diferente da primeira e ao mesmo tempo querendo dar o mesmo sentido dizia: - Agora, você esta feliz, AGORA VOCÊ PODE VOAR! Nesse momento ele percebeu algo que o fez sorrir.
Ele se pegou olhando para as estrelas, torcendo para que uma delas despencasse do céu, pois tinha esperanças de fazer um pedido a essa estrela. Esperança, ta ai uma palavra que há tempos ele não usava. A fé foi outra coisa que voltava para ele, fé em si, fé nela, fé nas coisas do mundo e até mesmo fé no destino.


Você deve estar se perguntando quem será essa mulher misteriosa?
A verdade é que ninguém sabe. Ninguém sabe se ela realmente existe. Mais isso tem importância?
O fato é que ele vive feliz agora que ela faz parte de seus sonhos, vive aguardando que talvez o sonho se torne realidade. Indo atrás de seus sonhos mais sem pressa, aprendeu que o ir atrás, pode ser tão prazeroso quanto o conseguir.
Por ela, aprendeu a sonhar acordado... E como é TÃO bom sonhar sem perder a razão, afinal é isso que ele quer, afinal é isso que o faz feliz!


Se podemos sonhar, também podemos tornar nossos sonhos realidade.
Walt Disney

terça-feira, 3 de maio de 2011

Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Texto de Oscar Wilde.


Curiosidades sobre o Autor:
Oscar Wilde nasceu em 16 de outubro de 1854 em Dublin, Irlanda. Filho de William Robert Wilde, cirurgião-oculista que servia à rainha. Sua mãe, Jane Speranza Francesca Wilde, escrevia versos irlandeses patrióticos com o pseudônimo de Speranza. Foi um dramaturgo, escritor e poeta irlandês. Expoente da literatura inglesa durante o período vitoriano, sofreu enormes problemas por sua condição homossexual, sendo preso e humilhado perante a sociedade.
Em 1890 ele publicou um livro, seu único romance chamado O Retrato de Dorian Gray (um dos meus livros favoritos) é um romance fascinante sobre a imortalidade, a perfeição, a juventude eterna e outras impossibilidades. Na época de seu lançamento, o livro chocou a hipócrita sociedade vitoriana que viu nele um espelho dos seus defeitos, defeitos dos quais os considerava serem as suas virtudes.

Fica a dica para quem gosta de ler: O Retrato de Dorian Gray